Após uma semana de visitas a municípios estratégicos do Paraná, representantes do Governo do Estado e do Banco Mundial se reuniram na sede da Secretaria de Estado do Planejamento (SEPL), nesta segunda-feira (21), para dar continuidade à elaboração do Programa de Segurança Hídrica (PSH). O projeto prevê investimentos de US$ 263 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão), sendo US$ 186 milhões financiados pela instituição internacional e US$ 77 milhões de contrapartida do Estado.
O objetivo central do PSH é ampliar a disponibilidade de água para múltiplos usos e garantir a resiliência hídrica diante das mudanças climáticas. A ação vai beneficiar principalmente regiões vulneráveis como o Arenito Caiuá Expandido, no Noroeste e Centro do Estado, onde eventos climáticos extremos têm gerado perdas significativas à agropecuária.
Durante a semana anterior, técnicos visitaram cidades como Maringá, Umuarama, Loanda, Cianorte e Curitiba. O grupo observou de perto experiências locais em manejo de solo, proteção de nascentes, sistemas de irrigação e captação de água da chuva. As visitas ajudaram a definir ações prioritárias que serão implementadas ao longo do programa.
“Com esse investimento, estamos garantindo água segura e sustentável, além de combater a erosão e o esgoto rural”, afirmou o secretário do Planejamento, Ulisses Maia. O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, destacou o crescimento sustentável do agronegócio paranaense e a importância da conservação ambiental, especialmente na região Noroeste, onde o solo é mais frágil e há menor pluviosidade.
O programa também prevê o fortalecimento da infraestrutura rural, com foco na regularização do uso da água, expansão de práticas agrícolas sustentáveis e melhorias no saneamento básico em áreas rurais. Segundo o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), serão implantadas microbacias de referência nos 116 municípios prioritários do Arenito Caiuá até 2026. Técnicos e residentes atuarão localmente para adaptar as ações às necessidades de cada região.
A especialista em recursos hídricos do Banco Mundial, Marie-Laure Lajaunie, destacou que o projeto tem visão integrada e sustentável. “Queremos garantir segurança hídrica sem gerar novos impactos ambientais, evitando conflitos e ampliando a resiliência frente a secas e outros eventos extremos”, disse.
Além da SEPL e da Secretaria da Agricultura, o programa envolve o IDR-Paraná, Adapar, Sanepar, Instituto Água e Terra (IAT), Controladoria-Geral do Estado e o Tribunal de Contas. A meta é alinhar infraestrutura, governança e sustentabilidade para que o Paraná se torne referência nacional em gestão hídrica.