A Fundação Cultural de Umuarama e o Instituto Xamânico Céu de Aruanda e Reino de Ewá, que atua no município desde 2020, promovem uma exposição cultural gratuita que aborda a relação entre os orixás – divindades e forças primordiais da natureza, cultuadas nas religiões africanas – e a depressão. Intitulada ‘Uma jornada com Nanã Buruquê’, a mostra será inaugurada hoje (segunda-feira, 1º), às 19h30 no Centro Cultural Vera Schubert.
A exposição traz a ritualística universalista para o cenário local, buscando difundir culturas e saberes religiosos, em especial do povo africano Yorubá, onde atua como centro religioso afro-brasileiro. No mês da campanha ‘Setembro Amarelo’, que aborda a discussão e prevenção do suicídio, o instituto promove uma conscientização sobre a saúde mental por meio da perspectiva sagrada dos orixás.
“Nesta mostra vamos explorar a história de Nanã di Buruquê, orixá da sabedoria e da ancestralidade, sob um novo olhar. Os itans de Nanã – que falam sobre a depressão pós-parto, a separação de Oxalá, a entrega de seu filho Omolu e a reclusão nos pântanos – torna-se um espelho para as lutas internas que tantas pessoas enfrentam hoje”, explicam os organizadores.
Os visitantes conhecerão vestimentas dos orixás, paramentas, imagens e elementos desta mitologia que buscam conectar a narrativa ancestral com as questões de saúde mental da atualidade. “A exposição é um lembrete de que a dor é parte da jornada, mas a busca por cura e apoio é o caminho para o renascimento. É uma história de força e superação”, convida o coordenador de Ação Cultural da fundação, professor Alessandro Salgado.
A mostra tem o apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, e também do Ministério da Cultura, com incentivo da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).