O Ministério Público do Paraná (MPPR) deflagrou hoje (terça-feira, 23), a Operação Luz do Dia, que investiga crimes graves atribuídos a um delegado e a um investigador da Polícia Civil. A ação é conduzida pela Promotoria de Justiça de Iretama em conjunto com o núcleo de Maringá do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em residências e locais ligados aos investigados nos municípios de Maringá, Engenheiro Beltrão e Roncador. Além disso, a Justiça determinou medidas cautelares rigorosas, como buscas pessoais, afastamento imediato dos cargos públicos, suspensão do porte e da posse de armas de fogo e a proibição de contato entre os alvos. O objetivo é garantir que as investigações sigam sem risco de intimidação de vítimas ou manipulação de provas.
De acordo com o MPPR, os fatos investigados ocorreram enquanto os policiais estavam lotados na delegacia de Iretama. As apurações apontam indícios de práticas de tortura, abuso de autoridade e outras condutas ilícitas durante o exercício das funções, principalmente no período da noite e da madrugada, quando vítimas em situação de maior vulnerabilidade teriam sido submetidas a abusos.
As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Criminal de Iretama e contaram com o cumprimento do Gaeco, em apoio à Corregedoria da Polícia Civil. O afastamento dos servidores busca preservar a integridade da investigação e evitar que a influência dos cargos possa ser usada como forma de pressão ou ocultação de irregularidades.
O nome da operação faz referência ao contraste entre os horários em que os crimes teriam sido cometidos — noite e madrugada — e o esforço institucional de trazer clareza e responsabilização. “Luz do Dia” simboliza a transparência e a necessidade de expor práticas que, segundo os elementos reunidos, ocorreram de forma clandestina dentro da estrutura policial.
O Ministério Público reforça que a apuração ainda está em curso, mas destaca a gravidade das acusações. Se confirmadas, as condutas podem configurar violações não apenas penais, mas também disciplinares, atingindo diretamente a credibilidade da instituição policial.
Com a operação, o Gaeco e a Promotoria de Iretama buscam reafirmar que o exercício do poder público deve estar sempre vinculado à legalidade e ao respeito aos direitos humanos. O caso segue em investigação e pode resultar em novas medidas judiciais.