Umuarama Saúde Pública
MP investiga clínica de Umuarama por uso de medicamentos vencidos e materiais reutilizados
Inspeção realizada pela Promotoria de Justiça, conselhos e Vigilância Sanitária, aponta indícios de fraude ao SUS e irregularidades graves em procedimentos médicos
04/11/2025 09h30
Por: Alex Miranda
Ilustrativa

Uma fiscalização realizada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) em uma clínica de hemodinâmica de Umuarama, no Noroeste do estado, revelou uma série de irregularidades em procedimentos médicos e indícios de fraude contra o Sistema Único de Saúde (SUS). A ação ocorreu na semana passada, sob coordenação da 7ª Promotoria de Justiça da Comarca, com o apoio do Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), do Conselho Regional de Farmácia (CRF-PR) e da Vigilância Sanitária Municipal.

A vistoria foi motivada por uma representação encaminhada ao MP, que relatava possíveis deficiências e práticas irregulares na execução de procedimentos de angioplastia e cateterismo, realizados na unidade médica. Durante a inspeção, as equipes constataram reprocessamento ilegal de dispositivos médicos de uso único – prática proibida pela legislação sanitária – além de problemas no armazenamento de medicamentos e indícios de uso de fármacos com prazo de validade vencido.

Outro ponto grave identificado foi a suspeita de que materiais e medicamentos fornecidos pelo SUS estariam sendo utilizados em pacientes particulares, o que pode configurar fraude e desvio de recursos públicos. O MPPR informou que esses indícios serão aprofundados em investigação específica para determinar responsabilidades e possíveis sanções administrativas, civis e criminais.

Durante a operação, diversos documentos e dispositivos médicos foram apreendidos, incluindo cateteres e stents, que serão periciados por técnicos dos órgãos fiscalizadores. O material será analisado para comprovar a extensão das irregularidades e a existência de danos ao erário ou riscos à saúde dos pacientes.

De acordo com o MPPR, a iniciativa faz parte de um programa permanente de fiscalização de clínicas e unidades de saúde conveniadas ao SUS, com o objetivo de garantir a segurança dos usuários e a correta aplicação dos recursos públicos.

O órgão também destacou que, após a conclusão das análises técnicas, serão adotadas as medidas cabíveis, podendo incluir ações civis públicas por improbidade administrativa, denúncias criminais e recomendações sanitárias para correção imediata das falhas.

A clínica investigada não teve o nome divulgado oficialmente até o fechamento desta edição. O MPPR informou que o sigilo é necessário para não prejudicar o andamento das investigações.