A tarde estava tranquila no Jardim dos Viveiros, em Umuarama – tranquila até para os padrões de um bairro onde sempre há algo acontecendo. Mas, como quem não quer nada, equipes policiais decidiram conferir uma denúncia anônima que dizia haver tráfico de drogas, possível arma de fogo e um bar que funcionava, aparentemente, como uma espécie de “drive-thru do entorpecente”. Para completar o cenário, a movimentação era tão intensa que até crianças circulavam pelo local, porque, claro, nada mais apropriado que um bar suspeito como espaço de convivência familiar.
Ao chegar, os policiais encontraram várias pessoas do lado de fora. Tudo parecia em ordem — até demais. A revista inicial não encontrou nada, mas o ambiente exalava um “perfume” bastante conhecido: cheiro forte de maconha, o tipo de fragrância que dispensa especialistas. A partir daí, a operação ganhou um novo capítulo.
Com autorização de uma moradora, os policiais entraram na residência anexa ao bar e, como num truque de mágica ao contrário, a cada movimento surgia um novo pacote. No quintal: porções de maconha e cocaína embaladinhas, prontas para a venda. No forro da casa: mais drogas escondidas com a sutileza de quem acredita que ninguém jamais olha para cima. Utensílios para fracionamento, balança de precisão e toda a “linha de produção” também foram encontrados.
Para não deixar dúvidas sobre o espírito empreendedor do local, uma despensa improvisada funcionava como depósito de ferramentas elétricas, máquinas de cartão e objetos de procedência bastante… inspiradora. Dinheiro trocado completava o kit clássico do comércio ilícito.
Diante do cenário, um homem de 41 anos acabou preso em flagrante. Durante a operação, ainda tentou alcançar algo escondido no forro, escorregou e levou algumas escoriações — uma performance que dificilmente garantiria vaga em competições de agilidade.
A ação contou com apoio de equipes rurais e da RPA, reforçando o compromisso das forças de segurança em coibir o tráfico, especialmente em um endereço que fica a menos de uma quadra de uma escola municipal. Todos os materiais apreendidos foram lacrados e encaminhados à autoridade policial, que agora dará sequência às investigações — porque, ao contrário do improviso do bar, a legalidade exige organização.