Umuarama Game Over
Ação do Gaeco expõe suspeita de desvio de máquinas caça-níquel por policial civil em Umuarama
Nova fase da operação cumpre mandados, apreende equipamentos e reforça apurações sobre organização criminosa de jogos ilegais
25/11/2025 14h10
Por: Alex Miranda
Divulgação

A Polícia Civil de Umuarama divulgou hoje (terça-feira, 25), uma nota oficial detalhando a sequência de investigações que culminaram na deflagração da Operação Alcova II pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A nova etapa da ofensiva aprofunda apurações iniciadas no começo de 2025, quando a 7ª Subdivisão Policial identificou uma organização criminosa atuante na exploração de jogos de azar e descobriu indícios do envolvimento de um policial civil na subtração e adulteração de máquinas caça-níquel apreendidas.

As investigações tiveram início ainda no primeiro trimestre do ano, quando diligências resultaram na apreensão de diversas máquinas e materiais que comprovavam a existência de uma estrutura organizada para o funcionamento de casas de jogos ilegais em Umuarama. No decorrer da apuração, surgiram suspeitas de que parte dos equipamentos recolhidos teria desaparecido ou sido adulterada dentro da própria unidade policial. Um inquérito específico foi instaurado.

A partir desse ponto, a 7ª SDP solicitou e cumpriu sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Poder Judiciário, que forneceram novas provas sobre a atuação do grupo criminoso e, especialmente, sobre o possível desvio de máquinas caça-níquel dentro da delegacia. Com esse material, a Polícia Civil pediu a expedição de mais seis mandados para identificar receptadores e tentar recuperar os equipamentos furtados.

Nesse intervalo, foi instalado o Núcleo do Gaeco em Umuarama. Diante da natureza da investigação — diretamente ligada a crime organizado —, a Polícia Civil compartilhou todas as informações e pediu apoio do grupo especializado. Assim, em 25 de setembro de 2025, foi desencadeada a primeira fase da Operação Alcova, que recuperou uma das máquinas desviadas, prendeu envolvidos e recolheu celulares e documentos.

Concluído o inquérito, a Polícia Civil encaminhou o material ao Gaeco e ao Poder Judiciário. Houve denúncia formal dos investigados. Agora, em continuidade, o Gaeco deflagrou a Operação Alcova II, ampliando o cerco aos envolvidos na estrutura criminosa.

Na manhã desta terça-feira, 25 de novembro, o Gaeco de Umuarama cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão, referentes às operações Alcova II e Successione IV. Os procedimentos, autorizados pela Vara Criminal de Umuarama, resultaram na apreensão de celulares, equipamentos eletrônicos, documentos e anotações, todos agora encaminhados para perícia.

A investigação mais recente reforça o entendimento de que a organização criminosa é composta por pelo menos nove integrantes dedicados à exploração de jogos ilegais no município. Segundo o Gaeco, há provas de que um policial civil teria retirado máquinas caça-níquel do interior da 7ª SDP, devolvendo-as diretamente aos responsáveis pelo esquema. Esse episódio foi central na primeira fase da Alcova.

Nesta nova etapa, a operação contou com o apoio do 25º Batalhão da Polícia Militar para o cumprimento de ordens judiciais contra dois investigados ligados à quadrilha. As ações correm sob os números 0005080-16.2025.8.16.0173 e 0013003-93.2025.8.16.0173.

A Operação Alcova II ocorreu simultaneamente à Successione IV, conjunto de ações realizadas em apoio ao Gaeco do Mato Grosso do Sul. Nesse braço da investigação, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão. O foco é desarticular um grupo envolvido com organização criminosa, roubos, corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, lavagem de dinheiro e contravenção relacionada à exploração de jogos de azar.

Com o avanço das operações, novos materiais recolhidos serão analisados, e o Gaeco deve aprofundar a conexão entre os grupos investigados e possíveis ramificações regionais. A Polícia Civil reforçou, em nota, que continuará colaborando para o esclarecimento integral dos fatos e a responsabilização de todos os envolvidos.