O Progressistas do Paraná oficializou ontem (8), uma decisão que redesenha o cenário político para as eleições de 2026: o partido não homologará a candidatura do senador Sergio Moro ao governo do Estado pela recém-formada Federação União Progressista, composta por União Brasil e Progressistas. A resolução foi confirmada após uma reunião em Curitiba que contou com a presença do presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira, que veio especialmente ao Paraná para tratar do assunto e dar respaldo político à decisão regional.
Segundo Nogueira, a posição do diretório estadual será respeitada integralmente. Ele destacou que a federação exige alinhamento entre as direções nacionais dos partidos e que, sem consenso, não há como avançar com o registro da candidatura. O senador reforçou ainda a força política do Progressistas no Paraná, mencionando o papel de liderança do deputado federal Ricardo Barros, figura central na articulação da sigla no estado.
Barros, por sua vez, detalhou a decisão do diretório estadual, afirmando que os sete meses de negociações com Moro não produziram a unidade necessária. Para ele, não houve construção política suficiente para sustentar uma candidatura majoritária pela federação. O parlamentar explicou que, para registrar uma chapa, seria indispensável a assinatura conjunta dos presidentes Ciro Nogueira e Antônio Rueda, do União Brasil. Como não houve entendimento, a federação não pode avalizar o projeto de Moro ao governo.
A decisão também levou em conta outro fator estratégico: a formação da chapa proporcional. O Progressistas pretende manter sua base atual, composta por cinco deputados federais e sete estaduais. Para isso, segundo Barros, é indispensável clareza sobre alianças, tempo hábil para articulação e estabilidade interna. A indefinição gerada pela possível candidatura de Moro se tornou, na avaliação da executiva, um entrave para a organização eleitoral.
Além disso, o partido volta a considerar alternativas para a disputa majoritária. Nomes como o da ex-governadora Cida Borghetti permanecem à disposição, assim como possíveis alianças com outros grupos políticos que já demonstraram interesse em dialogar com a federação após a saída de Moro do horizonte eleitoral. Barros também sinalizou que o governador Ratinho Junior deverá apresentar um candidato e que o Progressistas, por déjà fazer parte da base governista, poderá compor essa aliança.
A presidente estadual do Progressistas, deputada Maria Victoria, reforçou o tom de consenso. Ela destacou que a decisão foi unânime no diretório e contou com respaldo imediato de Ciro Nogueira, o que, segundo ela, contribui para dar estabilidade ao quadro político no Paraná. Maria Victoria relatou que tentou, por diversas ocasiões, viabilizar um entendimento com Moro, mas que as tentativas não prosperaram.
Agora, o próximo passo será comunicar oficialmente o senador Sergio Moro sobre a decisão. A sigla pretende acelerar o processo de articulações internas, uma vez que o prazo para registro das chapas se encerra em abril de 2026. A direção estadual entende que qualquer atraso pode comprometer o desempenho eleitoral e ameaçar a continuidade das bancadas que o partido mantém atualmente.
Com a posição consolidada, o Progressistas prepara um novo ciclo de negociações e sinaliza ao cenário político paranaense que pretende atuar com protagonismo, adotando uma postura de unidade interna e estratégia clara. A decisão sobre Moro, embora significativa, é vista pela cúpula como um movimento necessário para preservar a estabilidade e assegurar competitividade no próximo pleito.
A negativa do Progressistas em homologar a candidatura de Sergio Moro repercute de forma intensa entre aliados e adversários. O senador, que buscava consolidar seu nome como opção ao governo do Paraná, perde uma das vias formais para disputar o cargo. Nos bastidores, interlocutores avaliam que ele poderá buscar novos arranjos partidários, embora o tempo esteja cada vez mais curto. A decisão fortalece o Progressistas e reorganiza o tabuleiro eleitoral no estado.
Com a saída de Moro da disputa pela federação, o Progressistas volta suas atenções para a formação da chapa proporcional e para possíveis alianças majoritárias. O nome da ex-governadora Cida Borghetti retorna ao debate, assim como a possibilidade de apoio ao candidato indicado pelo governador Ratinho Junior. A sigla pretende acelerar negociações para abril de 2026, garantindo unidade interna e preservando seu espaço político no estado.