Uma ação conjunta do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), da Polícia Ambiental de Umuarama e da Polícia Federal resultou, na madrugada desta terça-feira (9), em mais uma grande apreensão de drogas, armas e veículos em Icaraíma, confirmando que o município deixou definitivamente de ser um “porto seguro” para o crime. A operação ocorreu em um barracão instalado em uma propriedade rural próxima ao Porto Figueira, área historicamente usada por organizações criminosas que operam entre o Brasil e o Paraguai e na divisa do Paraná com Mato Grosso do Sul.
A ofensiva foi desencadeada após um trabalho de monitoramento detalhado, que identificou movimentações suspeitas no local. De acordo com as equipes, o barracão funcionava como novo ponto de apoio logístico para armazenamento de materiais ilícitos, criado após a descoberta de uma rede de bunkers em áreas rurais de Icaraíma — estruturas que haviam sustentado parte da logística criminosa na região. Os bunkers vieram à tona após a morte de quatro homens que foram ao município cobrar uma dívida, episódio que desencadeou uma série de operações de alto impacto.
Com o desmonte dos esconderijos subterrâneos, o crime organizado precisou reorganizar seus pontos de distribuição e alterar rotas de transporte. A tentativa, porém, durou pouco diante do cerco permanente das forças de segurança.
Dentro do barracão, os policiais encontraram 3,5 toneladas de maconha prontas para distribuição, quatro fuzis calibre 7.62 mm, uma pistola 9 mm, três veículos, dois barcos com motores e até quatro aves silvestres mantidas ilegalmente em cativeiro. Um jovem de 22 anos, já conhecido por envolvimento com o tráfico, foi preso no local.
Para os agentes envolvidos, a apreensão representa mais um golpe significativo na estrutura operacional das facções que utilizam Icaraíma como rota de escoamento de drogas e armamentos para diversos estados.
A localização de Icaraíma, próxima ao Rio Paraná e à fronteira paraguaia, mantém o município como área sensível na disputa entre traficantes e forças policiais. As investigações indicam que o barracão servia como entreposto temporário para grandes carregamentos movimentados principalmente de madrugada, na tentativa de escapar da fiscalização.
As equipes confirmam que novas ações devem ocorrer nos próximos dias, reforçando a estratégia de descapitalizar quadrilhas e impedir que novas estruturas logísticas sejam instaladas na região.