Cidades Terra em disputa
Invasão de propriedade rural mobiliza polícia e reacende debate fundiário em Xambrê
Cerca de 250 pessoas ocuparam propriedade rural alegando autorização judicial; PM de Xambrê e Umuarama acompanha negociações
27/12/2025 18h12
Por: Alex Miranda
Divulgação

Uma ocupação envolvendo cerca de 250 pessoas mobilizou forças de segurança e gerou tensão no meio rural de Xambrê, hoje (27 de dezembro). O grupo invadiu uma propriedade particular alegando possuir autorização judicial baseada em uma suposta desapropriação pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A informação, no entanto, ainda está sob checagem pelas autoridades competentes.

Equipes da Polícia Militar do Paraná, por meio do 25º Batalhão, com apoio de policiais militares de Umuarama, foram acionadas e permanecem no local desde o início da ocorrência. As forças de segurança acompanham as primeiras tratativas de negociação entre os ocupantes e os responsáveis pela área, buscando manter a ordem e evitar confrontos.

Até o momento, segundo a PM, nenhum documento oficial foi apresentado que comprove a legalidade da entrada e da ocupação do imóvel. Uma advogada que representa os invasores chegou ao local pouco tempo após o início da ação e informou que estaria providenciando o documento que, em tese, autorizaria a ocupação. As autoridades aguardam a apresentação formal desse material para análise.

Caso a suposta autorização judicial não seja confirmada, toda a situação será registrada em boletim de ocorrência, a fim de subsidiar as medidas legais cabíveis, incluindo as tratativas para um possível processo de reintegração de posse.

A Polícia Militar informou ainda que garantiu a integridade física dos moradores da propriedade, que foram realocados temporariamente para outro local como medida preventiva, evitando um possível agravamento do conflito.

Os ocupantes afirmam ter ligação com a Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) e com o Movimento de Terra e Alimento (MTA). Até o momento, porém, não há informações oficiais sobre reivindicações específicas do grupo, nem sobre eventuais prazos ou demandas formais relacionadas à ocupação. O caso segue sob acompanhamento das autoridades e permanece em apuração.