Umuarama Cultura e história
Exposição “Rostos e Memória de Trabalho e Trabalhadores” conta história da cidade
A exposição segue no saguão da Fundação Cultural de Umuarama com portas abertas à visitação pública nos próximos dias
01/07/2025 11h00
Por: Alex Miranda
Assessoria/Secom

Fruto do projeto de extensão “Memórias Vivas de Umuarama”, iniciativa do Instituto Federal do Paraná – IFPR, Campus Umuarama, em parceria com Prefeitura e o Centro Cultural Vera Schubert, a exposição “Rostos e Memória de Trabalho e Trabalhadores” aborda um lado pouco conhecido da história da Capital da Amizade – o de pessoas que colocaram as ‘mãos na massa’ para o crescimento da cidade: os trabalhadores.

Iniciado em 2023, o projeto – que visa a organização, digitalização e preservação do acervo documental da instituição – tem como foco a estruturação do Centro de Documentação Histórica, espaço que abriga centenas de fotografias, documentos e registros que contam a história do município, desde a sua fundação.

A exposição foi inaugurada na noite de 24/06, no saguão da Fundação Cultural de Umuarama, e permanecerá aberta a visitação pública nos próximos dias. Estiveram presentes representantes e estudantes do IFPR e da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Secretaria de Educação de Umuarama, sindicato dos bancários da cidade e região e a comunidade.

O coral da OAB Subseção Umuarama, regido pelo maestro Marco Aurélio da Silva Tavares, abrilhantou a abertura da exposição.

O projeto busca – entre as milhares de fotos do Centro de Documentação Histórica de Umuarama (CEDHU) – imagens de personagens anônimos, ou invisibilizados, que construíram com seu trabalho a história da cidade. Uma das fotos traz um homem, ainda anônimo, que posou mostrando sua carteira de trabalho, possivelmente referindo-se à importância da conquista dos direitos dos trabalhadores.

“São mulheres e homens que, no anonimato de suas atividades constroem o cotidiano de instituições que dão sustentação a uma sociedade. Governos, por óbvio, são importantes porque gerenciam, administram e conduzem ações e políticas que devem atender o bem comum (...), mas é do trabalho que saem alimentos, moradias, ruas, aulas, tratamentos de saúde, limpeza, produção e oferta de produtos que garantem as estruturas diárias de nossa vida”, destaca o projeto.

E continua: “Vivemos em uma organização social capitalista. São necessários recursos financeiros para fazer com que arte visual, literatura, dança, poesia, música, teatro e preservação histórico-cultural cheguem às pessoas, não só porque são direitos constitucionais, mas por serem necessidades humanas (…). Só nós trabalhamos e produzimos cultura no sentido mais amplo que isso possui, para além do mercado e das representações materiais. Sem isso, mal passamos dos instintos e do automatismo de uma máquina, e então nada de moral nos pode ser exigido”.

Na celebração dos 70 anos de Umuarama, a mostra reforça que a cultura, a história e a memória do povo, que sobrevive as mais duras investidas de interesses pessoais em demérito do bem público e da dignidade humana, desde os primordiais Xetá até os imigrantes de todos os cantos do Brasil, no trabalho árduo da roça, do comércio, da indústria e dos serviços, sejam reconhecidos, respeitados e atendidos em seus direitos conquistados.

Acompanharam a abertura da exposição o secretário de Cultura do município, Rodrigo Fernandes Pereira, Alessandro Salgado, Francisco Ferreira Junior, Silvia Eliane de Oliveira Basso e Carlos José Dalla Nora, professor e diretor-geral do campus Umuarama do IFPR. A família (filhas e netos) de Nivio de Cuffa, um dos trabalhadores identificados e homenageados, prestigiou a mostra.