A tão aguardada duplicação da rodovia PR-323, uma das principais vias de ligação da região Noroeste do Paraná, incluindo Umuarama, foi oficialmente confirmada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A obra está incluída no lote 4 do novo pacote de concessões de rodovias do Estado, cujo edital foi publicado na noite desta terça-feira (15).
A PR-323 é estratégica para a rota econômica de Umuarama e municípios vizinhos, ligando a região a polos como Maringá e Cianorte, além de integrar corredores logísticos que interligam o Paraná ao Paraguai, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma rodovia com tráfego intenso, especialmente de veículos pesados, e histórico elevado de acidentes graves e fatais, o que reforça a urgência e a importância da duplicação.
O lote 4 da concessão abrange 627,5 quilômetros, com previsão de R$ 18,2 bilhões em investimentos, sendo R$ 10,9 bilhões somente em obras. Dentre elas, estão 231 quilômetros de duplicações, incluindo trechos da PR-323, além de faixas adicionais, contornos, vias marginais, ciclovias, passarelas e pontos de parada.
A duplicação da PR-323 está entre as principais intervenções anunciadas no lote, contemplando trechos nas regiões de Maringá, Cianorte e Umuarama, e atende a uma demanda antiga da população e dos setores produtivos da região.
A licitação será realizada via leilão na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. O lote 4 será leiloado no dia 23 de outubro, enquanto o lote 5 — que também inclui trechos nas regiões Oeste e Noroeste — será disputado no dia 30 de outubro. Os contratos estão previstos para serem assinados até fevereiro de 2026.
A modelagem da concessão mantém o modelo das demais fases do programa, com tarifa justa, sem cobrança de outorga, e foco na execução das obras previstas.
A duplicação da PR-323 deve aumentar a segurança viária, reduzir o tempo de deslocamento e potencializar o desenvolvimento econômico da região Noroeste, que depende fortemente dessa rodovia para escoamento de produção, transporte de cargas e mobilidade dos moradores.
A expectativa é de que a concessão proporcione um novo patamar de infraestrutura e segurança para uma das rodovias mais movimentadas e perigosas do Paraná.
As seis concessões do Paraná têm um prazo de 30 anos a partir da chamada Data de Assunção, que é a assinatura do Termo de Arrolamento e Transferência de Bens após o início dos contratos. No total, são 3,3 mil quilômetros de estradas concedidas à iniciativa privada, sendo 1,1 mil quilômetros destas de rodovias estaduais. Os investimentos devem ultrapassar R$ 60 bilhões durante as três décadas de contrato, no maior programa da América Latina.
Os contratos dos dois primeiros lotes estão em vigência desde janeiro de 2024. O lote 1 é operado pelo Grupo Pátria, que arrematou o trecho em um leilão em agosto de 2023. A concessionária deverá investir R$ 7,9 bilhões em obras de melhorias e manutenção em trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427.
O lote 2, por sua vez, foi leiloado em setembro de 2023 e teve como vencedor o Grupo EPR, o mesmo que irá gerir o lote 6. O investimento nele será de R$ 10,8 bilhões, com obras nas rodovias BR-153, BR-277, BR-369, PR-092, PR-151, PR-239, PR-407, PR-408, PR-411, PR-508, PR-804 e PR-855.
Já os contratos com as concessionárias que operam os lotes 3 e 6 passaram a valer em abril deste ano. Com cerca de 570 quilômetros de extensão, o Lote 3 é gerido pelo Grupo Motiva (antiga CCR S.A). Ele integra o chamado Corredor Norte, que conecta o Interior do Paraná ao Porto de Paranaguá, além de integrar o Estado com Santa Catarina e São Paulo.
Arrematado pelo Grupo EPR, o lote 6 é o maior projeto rodoviário do pacote de concessões rodoviárias paranaense. Ele deve receber R$ 20,2 bilhões para obras de duplicações em 70% dos trechos das rodovias, além de faixas adicionais, vias marginais e contornos ao longo de 662,1 quilômetros, passando por trechos das BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483.