Uma ocorrência inusitada e comovente mobilizou a Polícia Rodoviária Estadual na madrugada de hoje (quarta-feira, 13), por volta das 2h20, na BR-369, entre Corbélia e Ubiratã, no interior do Paraná. Durante patrulhamento de rotina, os policiais se depararam com uma cena que poderia ter terminado em tragédia: duas crianças caminhavam sozinhas sobre a pista de rolamento da rodovia, iluminando o caminho apenas com uma lanterna de mão.
O trecho onde foram encontradas é conhecido por ser ermo, sem iluminação pública, com tráfego intenso de veículos pesados e também por ser rota de transporte de ilícitos. A presença de pedestres – especialmente crianças – durante a madrugada, em um ambiente tão hostil, representava um risco extremo.
Os policiais agiram rapidamente para interceptar e retirar os menores da pista com segurança. Foi constatado que um dos meninos, de apenas 7 anos, estava com sinais claros de fome, enquanto o outro, de 11 anos, tremia de frio. Ambos estavam vestidos de forma inadequada para as condições climáticas da noite, que marcava cerca de 7°C no momento da abordagem. Calçavam apenas chinelos.
As crianças foram levadas ao Posto Rodoviário de Assis Chateaubriand, onde receberam cobertores e alimentação. Inicialmente, o relato dos meninos era confuso, mas, após se acalmarem, contaram aos policiais que haviam fugido de casa, no distrito de Rio Verde, em Corbélia, com o objetivo de chegar à cidade de Londrina – localizada a mais de 200 quilômetros de distância – para tentar conhecer um influenciador digital.
A conselheira tutelar plantonista de Assis Chateaubriand foi acionada imediatamente para acompanhar o caso. Ela providenciou o contato com os responsáveis legais das crianças e deu início aos trâmites legais para garantir a proteção dos menores. Os pais foram encontrados e moram no distrito de Ouro Verde, em Corbélia.
A ação dos policiais rodoviários não apenas evitou um possível desfecho trágico, mas também demonstrou sensibilidade, preparo e atenção diante de uma situação delicada. Além do cumprimento do dever, os agentes atuaram com humanidade, priorizando a proteção da vida e o bem-estar das crianças.
O caso chama atenção para os perigos do acesso irrestrito à internet e o impacto que figuras públicas exercem sobre o imaginário infantil, além de destacar a importância da atuação preventiva das forças de segurança em rodovias estaduais.
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