O Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio do núcleo de Umuarama do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta terça-feira (26) a Operação Pandora, que apura um esquema criminoso de fraude em licitações, peculato e associação criminosa no município de São Tomé, no Noroeste do Estado.
As medidas judiciais, autorizadas pela Vara Criminal de Cianorte, resultaram em nove prisões temporárias, 14 mandados de busca e apreensão e dois de sequestro de bens, além do bloqueio de contas bancárias, imóveis e veículos.
Entre os investigados estão empresários que prestam serviços à prefeitura, um vereador em exercício e o irmão de um ex-prefeito. De acordo com o MPPR, os empresários teriam feito transferências bancárias suspeitas a esses dois alvos, somando mais de R$ 1 milhão em repasses indevidos.
Durante as diligências, o Gaeco apreendeu oito celulares, documentos, cheques, quase R$ 11 mil em dinheiro e uma arma de fogo irregular. O material passará por perícia e poderá reforçar as provas dos crimes investigados.
O nome da operação faz referência à mitologia grega: a “Caixa de Pandora”, que ao ser aberta liberou males ocultos, numa alusão à gravidade das irregularidades identificadas até agora.
Segundo o MPPR, a ação busca resguardar o patrimônio público e fortalecer a transparência administrativa em municípios menores, onde os controles internos costumam ser mais frágeis.
As investigações continuam em andamento, e novas fases não estão descartadas. O órgão ressalta que os investigados terão direito à ampla defesa, mas reforça que os indícios reunidos até aqui apontam para um esquema de corrupção sistêmica com uso de recursos municipais.
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