Paraná intensifica ações contra bebidas adulteradas em distribuidoras e bares

A Secretaria da Justiça e Cidadania, por meio do Procon-PR, e a Polícia Civil do Paraná (PCPR) intensificaram hoje (8) as fiscalizações em estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas na capital. Ações parecidas poderão ser desenvolvidas também nas cidades onde existem sedes do Procon, com em Umuarama, por exemplo.

O trabalho está envolvido também a Vigilância Sanitária Municipal, o Ministério Público do Paraná e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que juntos, vistoriaram 12 distribuidoras em diferentes regiões de Curitiba.

A ação faz parte de uma força-tarefa estadual criada para combater a venda e o consumo de bebidas adulteradas com metanol — substância altamente tóxica, que pode causar cegueira, danos neurológicos e até a morte. Além da fiscalização, as equipes também orientaram consumidores e comerciantes sobre os riscos dessa prática criminosa e a importância de adquirir produtos de origem segura.

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Segundo a coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, o monitoramento começou após os primeiros casos suspeitos de intoxicação por metanol confirmados em Curitiba. “Essa é uma ação conjunta que envolve vários órgãos de defesa do consumidor. Trata-se de uma situação grave, que pode levar à morte, por isso a união de esforços é fundamental”, afirmou.

As inspeções são feitas tanto a partir de denúncias quanto por amostragem, com a cidade dividida em quadrantes para facilitar o trabalho das equipes. Produtos sem comprovação de origem são apreendidos e encaminhados para análise. “Quando o estabelecimento não apresenta nota fiscal que comprove a procedência, já é um indício de irregularidade”, explicou Claudia.

O delegado Cássio André Conceição, da Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon), destacou que as operações estão sendo realizadas em várias regiões do Paraná. “Essas fiscalizações não se limitam à capital. Nosso objetivo é identificar e eliminar qualquer ponto de comércio ilegal. O crime de adulteração de bebidas é uma ameaça direta à saúde pública”, afirmou.

Conforme o delegado, a venda de produtos com adulterações pode configurar crime previsto no artigo 272 do Código Penal. “É uma resposta rápida do Estado à gravidade dos casos. Vamos continuar atuando com rigor para garantir a segurança da população”, completou.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que as forças de segurança estão rastreando a origem de todas as bebidas suspeitas apreendidas. A Polícia Científica realiza as análises laboratoriais e, até o momento, não foi identificado metanol em nenhuma amostra coletada.

Casos no Paraná

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) atualizou nesta quarta-feira (8) os números sobre possíveis intoxicações. Foram confirmados três casos em Curitiba, todos em pacientes do sexo masculino — de 36, 60 e 71 anos — que permanecem internados em hospitais da capital. Outros cinco casos estão em investigação.

O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, reforçou que o Estado está em alerta e trabalhando em conjunto com os municípios. “Estamos monitorando todos os casos de forma rigorosa. A população deve evitar o consumo de bebidas de origem duvidosa. O metanol é extremamente perigoso e pode causar danos irreversíveis”, afirmou.

Prevenção e denúncias

O Procon-PR e a Sesa reforçam que o consumidor deve comprar bebidas apenas em locais confiáveis, exigindo nota fiscal e verificando rótulo, lacre e selo do IPI. Produtos com rótulos borrados, lacres rompidos, erros de grafia ou preços muito abaixo do mercado são indícios de adulteração.

Também é proibido transvasar ou reembalar bebidas, prática que impede a rastreabilidade e aumenta o risco de contaminação. Denúncias podem ser feitas diretamente pelo site do Procon-PR.