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Deputados manifestam preocupação com decreto federal que afeta APAEs

Decreto de Lula provocou forte reação entre parlamentares paranaenses, que veem risco de desestruturação do modelo de educação especial do Estado

24/10/2025 às 11h00
Por: Alex Miranda
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Arquivo - Tribuna Hoje News
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A publicação do Decreto nº 12.686/2025, que cria a nova Política Nacional de Educação Especial Inclusiva, mobilizou parlamentares do Paraná e acendeu o alerta sobre possíveis impactos nas APAEs e instituições especializadas do Estado. O texto, assinado por Lula, substitui o decreto anterior (nº 7.611/2011) e redefine a forma de organização e financiamento da educação especial, priorizando o atendimento dos estudantes com deficiência dentro das escolas regulares.

Na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o deputado Pedro Paulo Bazana (PSD) classificou a medida como um “retrocesso no atendimento educacional especializado”, argumentando que o decreto ignora a realidade de milhares de famílias. Segundo ele, o modelo paranaense é referência nacional por manter mais de 400 instituições conveniadas e atender 50 mil alunos com deficiência por meio de ensino e terapias personalizados. “Não se trata apenas de inclusão no discurso, mas de garantir o direito de cada aluno a um espaço adequado e com profissionais capacitados”, afirmou. Bazana anunciou que apresentará moções e ofícios ao Ministério da Educação pedindo a revisão imediata do decreto.

O novo texto prevê que o Atendimento Educacional Especializado (AEE) ocorra preferencialmente nas escolas comuns, restringindo o repasse direto de recursos às instituições especializadas, como as APAEs e Pestalozzis. Na prática, o modelo de financiamento dependerá de convênios e comprovação de matrícula na rede regular, o que pode comprometer a sustentabilidade financeira dessas entidades.

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Também na Alep, o deputado Cobra Repórter (PSD) protocolou um requerimento ao Ministério da Educação e à Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, solicitando informações sobre os efeitos do decreto no Paraná. Ele defendeu a continuidade dos convênios e repasses federais, além de uma interpretação do texto em conformidade com a Constituição e a Lei Brasileira de Inclusão (LBI).

“O decreto traz insegurança às famílias e às instituições que há décadas cumprem um papel essencial na formação e acolhimento de pessoas com deficiência”, afirmou. Cobra Repórter destacou que o Paraná abriga uma das maiores redes de APAEs do Brasil, reconhecida pela qualidade pedagógica e social.

Paralelamente, o parlamentar apresentou o Projeto de Lei nº 498/2025, que cria a Política Estadual de Apoio às APAEs e Entidades Congêneres. O objetivo é garantir segurança jurídica e continuidade aos serviços prestados por essas instituições, mesmo diante de mudanças em normas federais. “Queremos transformar o apoio às APAEs em uma política permanente de Estado, assegurando estabilidade e respeito ao trabalho que realizam”, declarou.

“Exclusão dentro da inclusão”

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) também manifestou preocupação, afirmando que o decreto pode fragilizar o modelo paranaense de ensino especializado. “As APAEs do Paraná são exemplo nacional. Forçar alunos com deficiências severas a frequentar escolas regulares sem estrutura adequada é condená-los à exclusão dentro da própria inclusão”, criticou.

Romanelli observou que o artigo 3º do decreto determina a inserção dos estudantes da educação especial em classes comuns, mas, segundo ele, a maioria das redes públicas não dispõe de infraestrutura, profissionais capacitados nem metodologias adaptadas. “Sem essas condições, a inclusão vira apenas um discurso”, afirmou.

O parlamentar também citou a preocupação já levantada por educadores durante audiência pública recente, como a professora Flaviane São José (CIEDEPAR), que alertou para o enfraquecimento das escolas especiais no novo Plano Nacional de Educação (PNE). Romanelli declarou apoio à atuação do deputado Bazana, elogiando sua defesa das APAEs e reforçando que o Estado tem autonomia para garantir a continuidade das instituições especializadas, caso o decreto federal comprometa seu funcionamento.

“O Paraná construiu uma rede sólida, baseada na dignidade e na atenção individual. Não podemos permitir que isso se perca por decisões unilaterais”, concluiu Romanelli.

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