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Polícia Civil desmantela quadrilha que furtou mais de 300 cabeças de gado na região de Cruzeiro do Oeste

A ação, deflagrada pela Delegacia de Cruzeiro do Oeste, cumpre mandados em três cidades e expõe o sofisticado esquema que aterrorizava produtores rurais desde 2024

24/10/2025 às 14h30
Por: Alex Miranda
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Divulgação
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A tranquilidade do campo deu lugar a um verdadeiro rastro de crimes no Noroeste do Paraná. Ontem (24), a Polícia Civil do Estado deflagrou a Operação “Rastro Oculto”, desarticulando uma associação criminosa especializada no furto de gado, que vinha agindo de forma organizada em diversas cidades da região. A ação foi conduzida pela 17ª Delegacia Regional de Polícia de Cruzeiro do Oeste (17ª DRP) e marca um duro golpe contra o abigeato – crime que tem causado prejuízos milionários a pecuaristas paranaenses.

Foram cumpridos oito mandados judiciais, sendo quatro de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão, expedidos pela Vara Criminal de Cruzeiro do Oeste. As diligências ocorreram simultaneamente nas cidades de Londrina, Ortigueira e Califórnia, com apoio de outras unidades da Polícia Civil.

De acordo com as investigações, o grupo criminoso estava em atividade desde o início de 2024. O esquema seguia um modus operandi altamente estruturado: primeiramente, os integrantes realizavam levantamentos de fazendas com criação de gado, identificando propriedades mais vulneráveis. Dias depois, outros membros voltavam aos locais para observar a rotina dos trabalhadores rurais e o sistema de segurança. Na madrugada, os criminosos agiam — transportando os animais furtados em caminhões com placas falsas e os levavam, principalmente, para a região de Londrina, onde eram revendidos de forma clandestina.

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Somente na área de atuação da 17ª DRP, foram identificadas quatro ações diretas atribuídas à quadrilha no dia 6 de janeiro de 2024 em Tuneiras do Oeste,onde houve o furto de 21 cabeças de gado; em 2 de abril do mesmo ano em Cruzeiro do Oeste, onde aconteceu o furto de 48 animais; no dia 23 de setembro em Tapejara, com o furto de 75 cabeças e no dia 20 de novembro, também em Tapejara, quando aconteceu o furto de outras 37 cabeças de gado.

No total, o grupo é suspeito de furtar mais de 300 animais em diferentes cidades do Noroeste do Estado. O prejuízo estimado ultrapassa centenas de milhares de reais.

Durante a operação, dois dos quatro mandados de prisão preventiva foram cumpridos. Entre os presos está I.M.S., de 42 anos, apontado como um dos principais articuladores do esquema. O investigado já se encontrava preso por outro crime de abigeato, ocorrido em Paranapoema, em dezembro de 2024. Além das prisões, os agentes apreenderam celulares e documentos que servirão de base para aprofundar as investigações e identificar novos envolvidos.

O delegado responsável pela operação destacou que o grupo agia “com frieza e precisão técnica”, aproveitando-se da vulnerabilidade das propriedades rurais e da dificuldade de vigilância em áreas extensas. Segundo ele, a operação representa “um avanço importante no combate ao crime rural e à sensação de impunidade que atinge os produtores”.

Ao término do processo criminal, as vítimas poderão requerer ressarcimento pelos prejuízos materiais, conforme prevê a legislação. A Polícia Civil segue realizando diligências e analisando o material apreendido para identificar outros integrantes da associação criminosa. Com a “Rastro Oculto”, a 17ª DRP de Cruzeiro do Oeste reforça seu compromisso com a segurança pública e a defesa da atividade rural, que é pilar da economia paranaense. A operação deixa um recado claro: o campo não será território livre para o crime organizado.

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