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A Polícia Civil investiga um possível homicídio em Iporã após a confissão de um serial killer, que admitiu ter matado Luiz Delfini, 54 anos, desferindo golpes de faca na região do pescoço. O caso ganhou repercussão depois que surgiram suspeitas de falha na do procedimento inicial de averiguação das causas da morte e possível omissão de autoridades no manejo da cena do crime.
De acordo com informações obtidas pela reportagem, Delfini foi encontrado morto em sua residência na tarde de 17 de abril, e sua certidão de óbito registrou a causa como “indeterminada”. O documento foi lavrado no Cartório de Registro Civil de Iporã, sem que houvesse perícia detalhada, o que gerou questionamentos por parte da família.
A confissão ocorreu durante a detenção do suspeito por outro caso, o assassinato de Danilo Roger Bido. Segundo o delegado Luã Mota, responsável pela investigação, inicialmente outro suspeito chegou a ser preso, mas as apurações posteriores revelaram que o verdadeiro autor era outro indivíduo, ainda preso, cuja identidade não foi divulgada.
Além do homicídio de Delfini e de Danilo Bido, o confesso autor admitiu ser responsável por outros dois assassinatos a facadas. Um deles aconteceu em 19 de março, com vítima de 61 anos encontrada morta no Bosque da Cidade, e o segundo em 4 de setembro, com a morte de Gilberto Lucca, de 45 anos, em frente a um bar na região central da cidade. Todas as vítimas apresentavam ferimentos por arma branca semelhantes aos de Delfini.
Segundo a advogada da família de Luiz Delfini, Fernanda Mastrângelo, os parentes não puderam acompanhar a cena do crime, que teria sido inicialmente isolada pela Polícia Militar e posteriormente liberada para envio ao necrotério, e não ao Instituto Médico-Legal (IML), procedimento padrão em casos suspeitos. “Ao entrar em contato com o delegado, fomos informados que ele solicitou à Justiça a exumação do corpo, para que um novo exame pericial seja realizado e esclareça as causas da morte”, afirmou a advogada.
Mastrângelo destacou ainda que a situação sugere omissão de órgãos do Estado, já que peritos não teriam sido acionados para verificar lesões aparentes. A exumação é considerada essencial para determinar se a morte de Luiz Delfini, que até então era tratada como natural, foi, de fato, resultado de homicídio.
O caso levanta questões sobre falhas na investigação inicial e na comunicação entre órgãos policiais e familiares, reforçando a necessidade de protocolos mais rígidos em situações que envolvam morte suspeita. A Polícia Civil permanece à frente do caso e espera que os exames periciais complementares forneçam elementos suficientes para a responsabilização do autor.
Além disso, a investigação contribui para esclarecer a atuação do serial killer, que já confessou outros crimes, reforçando a importância de medidas preventivas e rigorosas na apuração de mortes violentas na região. A família de Delfini aguarda ansiosa por justiça e esclarecimentos.
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