Em Cianorte, Corpo de Bombeiros realiza 2ª certificação nacional de cães de resgate

O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) promove, na cidade de Cianorte, a 2ª Certificação Nacional de Cães de Busca e Resgate. O evento, que vai até sexta-feira (21), é organizado pela 4ª Companhia Independente de Bombeiro Militar (4ª CIBM), responsável por Cianorte e região, com apoio do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) e busca certificar os animais para atuação em ocorrências complexas, como o recente tornado na cidade de Rio Bonito do Iguaçu, em que o emprego dos animais foi muito importante na busca de vítimas nos escombros de casas e edificações comerciais colapsadas.

Reunindo 10 binômios – nome dado à dupla formada pelo bombeiro militar e o cão – do do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso, o evento promove a troca de experiências, o aprimoramento técnico e o fortalecimento da integração nacional entre equipes de busca e salvamento. O Paraná conta com sete duplas em avaliação: duas de Curitiba, três de Cianorte, uma de Londrina, uma de Santo Antônio da Platina e um binômio de Telêmaco Borba, cujo cão está em treinamento.

A certificação é um processo nacional que mede eficiência, obediência, agilidade e capacidade de resposta dos cães, garantindo padronização e qualidade no emprego dessas equipes em desastres em todo o Brasil. A atividade é regulamentada pelo Comitê Nacional de Busca, Resgate e Salvamento com Cães (Conabresc), vinculado ao Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares (Ligabom).

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Para participar os cães devem ter no mínimo 1 ano e 6 meses de idade e o bombeiro que faz dupla com o animal deve ter conhecimento teórico e prático comprovado nos tipos de ocorrência em que o faro dos animais é um diferencial para salvar vidas. Entre as raças mais utilizadas estão pastores (malinois, alemão e border collie), além de labradores, golden retrievers e bracos alemães.

As provas de habilidade a que são submetidos incluem teste de agressividade – para demonstrar que o animal não é agressivo com pessoas ou outros cães –, destreza e agilidade, obediência sem guia, direcionamento e indicação de uma vítima. Nessa última, um bombeiro fica dentro de uma caixa de madeira fechada simulando ser uma vítima e o cachorro deve latir indicando que tem uma pessoa ali.

Após passarem por provas nas modalidades de busca urbana e busca rural, conforme o treinamento e a especialidade da dupla, os binômios aprovados recebem uma certificação válida por dois anos em todo o território nacional, atestando que estão aptos para atuar em missões de grande complexidade, como em estruturas colapsadas, áreas extensas de mata ou terrenos de difícil acesso.

CÃES BOMBEIROS EM AÇÃO

Além da recente atuação em Rio Bonito do Iguaçu, os cães de busca e resgate do CBMPR já foram empregados em operações de destaque nacional como o rompimento da barragem em Brumadinho (MG) e as enchentes no Rio Grande do Sul. Nessas situações, foram fundamentais tanto para a localização de pessoas com vida quanto para aquelas que não sobreviveram.

O 1º tenente Warison Cauê Padovani Pinto, chefe do canil setorial da 4ª CIBM, explica que a presença dessas equipes especializadas reforça a relevância do treinamento contínuo, especialmente em cenários em que a localização rápida de vítimas pode determinar o desfecho de uma operação.

“Os cães têm uma capacidade olfativa muito superior à dos humanos, o que facilita para que eles encontrem vítimas perdidas mais rapidamente do que uma guarnição convencional. Alguns estudos relatam que a varredura de uma mesma área que pode levar uma hora para uma guarnição de bombeiros, pode ser feita em cerca de 20 minutos por um cão. Então, a importância é a velocidade e precisão que o cão coloca na ocorrência de busca em relação ao ser humano”, ressalta.

De acordo com o 1º tenente, com a segunda edição da certificação, o CBMPR reforça seu compromisso com a qualificação contínua, ampliando a capacidade operacional da corporação em situações de busca e resgate em todo o Paraná e no Brasil.