Uma das doenças mais antigas do mundo, a sífilis ainda é motivo de preocupação para as autoridades de saúde. Em Umuarama os trabalhos de cuidados com os pacientes são feitos no Ambulatório de Infectologia da Secretaria Municipal de Saúde, que preparou uma série de ações em referência ao Dia Mundial de Combate à Sífilis (comum) e à Sífilis Congênita (comemorado no terceiro sábado de outubro). Os trabalhos foram iniciados na tarde de ontem (11) pelo médico infectologista Ricardo Delfini Perci, que realizou uma capacitação com acadêmicos dos 4° e 5° anos do curso de Odontologia da Universidade Paranaense (Unipar).
Na palestra, realizada na sala 5 do campus I da universidade, ao menos 40 acadêmicos do curso ouviram do infectologista que a sífilis chegou e ficou, propagando-se em especial em tempos de guerras. “Há registros de seus sintomas de milhares de anos atrás. A medicina moderna identificou a bactéria causadora da doença (Treponema pallidum) em 1905, mas a cura só veio com a invenção da penicilina, em 1943. É curável e exclusiva do ser humano, tendo como principal via de transmissão o contato sexual. Também pode ser transmitida por sangue contaminado”, especifica.
O tratamento, segundo Dr. Perci, é feito com antibióticos e deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença e estendido aos parceiros sexuais. “A sífilis é uma infecção curável, com tratamento relativamente simples, mas pegar uma vez não promove imunidade. Nas formas mais graves da doença, como na fase terciária, o não tratamento adequado pode levar à morte”, alerta.
Os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com o estágio da doença, que se divide em latente – quando não aparecem sinais ou sintomas –, primária – quando há uma ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio –, secundária – quando aparecem manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo – e terciária – que pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção, com lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas.
Especificamente aos acadêmicos de odontologia, Dr. Perci Mostrou as lesões de cavidade nas IST (infecções sexualmente transmissíveis), podendo ser diagnosticadas pelos odontólogos, que devem tomar as precauções cabíveis e encaminhar imediatamente o paciente para tratamento. “Também aproveitamos a oportunidade para falar sobre prevenção de ISTs, tema caríssimo para que todos conheçam mais sobre a sífilis e possam especializar-se, oferecendo um tratamento de qualidade a seus pacientes”, observou.
Maria de Lourdes Gianini, coordenadora do Ambulatório comenta que a próxima capacitação será na terça-feira (15) no auditório da Secretaria Municipal de Saúde e será dirigida a médicos da Atenção Primária em Saúde (APS) e do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). “No dia 28 o médico infectologista volta à Unipar para capacitação com acadêmicos do curso de Enfermagem e no dia 29 para os acadêmicos de Enfermagem”, relata.
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