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Onça-parda que atacava animais em Perobal é capturada e solta pelo IAT de Umuarama

Felino macho de dois a três anos havia causado a morte de carneiros, aves e bezerros; ataques têm se intensificado em toda a região

24/09/2025 às 18h37
Por: Alex Miranda
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IAT - Umuarama
IAT - Umuarama

Moradores da zona rural de Perobal vinham enfrentando dias de apreensão diante de ataques sucessivos a criações de carneiros, galinhas e até bezerros. O autor dos estragos foi identificado: uma onça-parda macho, com idade estimada entre dois e três anos, que foi capturada na noite de ontem (23) e libertada em área de mata hoje (24) pelo Instituto Água e Terra (IAT), escritório de Umuarama.

Segundo o chefe do IAT local, Luis Carlos Borges Cardoso, a ação ocorreu em uma propriedade que já havia registrado várias investidas do animal. “Essa onça havia atacado diversas vezes, matando carneiros, galinhas e bezerros. É um macho saudável, que foi capturado em armadilha e solto novamente em seu habitat natural”, explicou.

Os prejuízos eram significativos: em apenas três meses, uma única propriedade rural contabilizou a perda de cerca de 20 carneiros, quatro deles abatidos no fim de agosto. Cardoso destaca que esse tipo de ocorrência é comum nesta época do ano, quando os felinos entram no período reprodutivo e precisam de mais alimento para si e para os filhotes. Além disso, as queimadas registradas no ano anterior reduziram a oferta de presas naturais, como capivaras e veados, empurrando as onças para áreas de criação doméstica.

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O problema não se restringe a Perobal. De acordo com o IAT de Umuarama, já são cerca de 15 ocorrências recentes de ataques de onças-pardas em diferentes pontos da região, incluindo os distritos de Serra dos Dourados e Santa Eliza, além de municípios vizinhos como Cruzeiro do Oeste, Iporã, Francisco Alves, Tapejara, Maria Helena e Cianorte.

Em Umuarama, o caso mais grave ocorreu no mês passado, na Estrada Primavera, próximo à Torre Eiffel. Um idoso de 70 anos relatou ter perdido dezenas de aves, entre galinhas, patos e gansos, após dois ataques consecutivos em sua chácara.

O fiscal Vilson Simplicio dos Santos, com quatro décadas de atuação no IAT, alerta que a demanda por atendimentos cresceu acima da estrutura disponível. “Não temos mais armadilhas para fornecer aos proprietários. O número de casos aumentou muito, o que exige mais atenção e estratégias para reduzir os prejuízos e evitar riscos à população”, destacou.

Apesar da preocupação dos moradores, os técnicos reforçam que a captura e a soltura em áreas adequadas é a melhor alternativa para preservar o equilíbrio ambiental e evitar que os animais sejam mortos em retaliação. “As onças são parte importante do ecossistema e atuam no controle de espécies. O desafio é conciliar a segurança da produção rural com a preservação da fauna”, concluiu Cardoso.

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