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Alckmin acolhe apelos do setor madeireiro paranaense em crise, durante audiência articulada por Zeca Dirceu

Lideranças vão se reunir também com BNDES para se aprofundar nas oportunidades de financiamento para driblar os impactos do tarifaço

02/10/2025 às 14h00
Por: Alex Miranda
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Assessoria
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O vice-presidente, Geraldo Alckmin , e equipe técnica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços ouviram nesta quarta-feira (1º/10) um grupo de 40 lideranças empresariais e políticas dos setores madeireiro e moveleiro do Paraná, incluindo prefeitos da região Sul do estado, em audiência articulada pelo deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR). O motivo do encontro foi levar até o governo federal os apelos das indústrias e dos setores produtivos em crise no estado, que sofrem um dos impactos mais perversos do tarifaço imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump.

Entre as lideranças paranaenses, participaram da reunião em modo remoto os prefeitos municipais de Bituruna, Rodrigo Rossoni (PSDB), e de São João do Triunfo, Mário Cezar (PT). Eles apresentaram indicadores da crise e do quanto ela vem afetando as economias locais, com paralisação de atividades, ameaças à manutenção dos empregos e queda na renda das famílias. Em Bituruna, município de pouco mais de 15 mil habitantes, 87% da economia é dependente dos setores afetados.

Paulo Roberto Pupo , da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI), do município de Imbituva, disse que, nos próximos dias, estão previstas de 4 a 6 mil demissões na área e afirmou ainda que uma cena dramática de se ver na região “são empresas vazias, com apenas duas pessoas trabalhando e os demais em férias coletivas, sem a perspectiva de retornarem a seus postos por conta da crise”. Guilherme Randa , empresário do ramo de fabricação de portas, molduras e compensados, destacou que, ainda que as empresas continuem a produzir, não têm onde estocar seus produtos, pois o mercado nacional não absorve e isso gera uma crise logística, sem levar em consideração a concorrência doméstica.

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“É um setor que exporta muito para os Estados Unidos, que está enfrentando dificuldades e que necessita de medidas urgentes”, disse o deputado Zeca. “Nós saímos, é claro, da reunião, levando todo o apoio do vice-presidente Alckmin. Há uma expectativa muito positiva e muito grande também em relação à conversa que está sendo construída e que acontecerá brevemente entre os presidentes Lula e Trump ”, disse Zeca.

Transmitindo muita seriedade e otimismo, o vice-presidente falou dos avanços recentes nas negociações bilaterais, como a redução de tarifas e até a retirada e isenção da taxação de alguns produtos, como a celulose – que representa cerca de 4% das exportações brasileiras -, o ferro níquel e os herbicidas. Madeira macia e serrada, por exemplo, tiveram a taxação de 50% reduzida para 10%. Já móveis de madeira, estofados, armários de cozinha, lavabos, entre outros, foram citados entre os produtos que tiveram tarifas cortadas pela metade: de 50% para 25%, ficando nos patamares das mesmas taxas praticadas por Trump junto aos demais países, com exceção das relações estabelecidas junto ao Reino Unido.

Outra notícia que alivia a preocupação dos setores produtivos afetados pelo tarifaço norte-americano diz respeito à expansão dos negócios brasileiros junto a outros mercados internacionais, como México e Emirados Árabes Unidos. “Alguns setores, algumas áreas da indústria brasileira que exportam para os Estados Unidos já tiveram tarifas retiradas, e é isso que a gente espera que aconteça com o setor da madeira processada mecanicamente, que gera entre 40 a 60 mil empregos no Paraná”, reforçou Zeca Dirceu.

“Muitos desses empregos estão em risco, alguns trabalhadores já encontram-se em férias, outros em licença. Nós queremos que o setor seja reativado, possa voltar a competir de igual para igual com todo mundo”, disse ele.

Socorro e incentivos

Para o deputado Zeca Dirceu, “o Paraná produz madeira, compensados e molduras de qualidade. Nosso compromisso é levar essa questão também para a área política do governo, para o Ministério das Relações Exteriores, ou seja, fazer um grande esforço para que a gente possa ter resultados em breve”, completou.

Os empresários e lideranças políticas devem se reunir, nos próximos dias, para aprofundar informações sobre o funcionamento do Programa Brasil Soberano , do crédito do Reintegra e do Fundo Garantidor , as oportunidades de acesso e as vantagens oferecidas através do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -  e dos bancos públicos e privados para socorrer os setores mais prejudicados pelo tarifaço. “O fundo garantidor depende da aprovação do Congresso, porque não pode ser por Medida Provisória, por isso, reafirmo o compromisso de acompanhar de perto essa questão”, concluiu o deputado do Paraná.

Armando Giacomet , da Braspine Madeiras, do município de Jaguariaíva, lembrou que será necessário avaliar bem todas as possibilidades, pois os financiamentos são vinculados à empregabilidade e “é preciso vender para manter os funcionários em atividade no setor”.

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