Dois professores da rede estadual de ensino de Irati, no Sudeste do Paraná, foram afastados de suas funções por determinação judicial a pedido do Ministério Público do Paraná (MPPR), após serem investigados por possíveis crimes sexuais contra estudantes. Os afastamentos ocorreram em 3 e 12 de outubro e têm como objetivo proteger as alunas e garantir a integridade do ambiente escolar enquanto as apurações seguem em andamento.
O caso veio à tona a partir de relatos de estudantes, colhidos em escuta especializada, conduzida por uma força-tarefa formada pela Promotoria de Justiça de Irati, pelo Conselho Tutelar, pelas secretarias municipais de Assistência Social e Educação, pelo Núcleo Regional de Educação e pela Delegacia de Polícia Civil. A atuação conjunta visa oferecer um acompanhamento multidisciplinar às vítimas e assegurar que o processo investigativo seja conduzido com rigor e responsabilidade.
Segundo informações da Promotoria, entre as condutas que estão sob investigação estão comentários de cunho sexual, uso de vocabulário inadequado em sala de aula e toques físicos injustificáveis, atos que violam diretamente a integridade física, emocional e psíquica das estudantes. A Promotoria ressaltou que, por meio de suas funções, os professores teriam se aproveitado da autoridade e da confiança conferida pelo cargo para submeter as adolescentes a situações de constrangimento e abuso.
Com a decisão judicial, os investigados estão proibidos de frequentar quaisquer unidades escolares da rede estadual e de manter qualquer contato com as alunas até a conclusão das investigações. A medida preventiva busca resguardar as estudantes, garantindo que o ambiente escolar permaneça seguro, protegido e livre de situações que possam comprometer seu desenvolvimento emocional e educacional.
Ao final do processo investigativo, caso sejam confirmadas as condutas ilícitas, a Promotoria de Justiça de Irati poderá oferecer denúncia criminal contra os professores, que poderão responder pelos crimes de assédio sexual, constrangimento ilegal e violação da integridade física e psíquica de menores. O sigilo sobre os autos é mantido para proteger as vítimas e preservar a integridade das investigações.
A ação demonstra o compromisso do Ministério Público do Paraná com a proteção das crianças e adolescentes no ambiente escolar, reforçando a importância de medidas imediatas e preventivas diante de denúncias de violência sexual. Além disso, evidencia a atuação integrada entre órgãos de segurança, educação e assistência social na investigação e no cuidado com as vítimas, destacando a necessidade de vigilância contínua sobre situações que possam colocar em risco a integridade de estudantes.
O caso reforça o alerta sobre a gravidade de denúncias envolvendo professores e a importância de mecanismos de proteção, denúncia e acompanhamento psicológico para alunos que possam ser vítimas de abusos no ambiente educacional, garantindo que as escolas permaneçam espaços seguros de aprendizado e desenvolvimento.
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