Lote onde estão previstas duplicação e pedágio na PR-323 é arrematado por empresa paranaense

O Consórcio Infraestrutura PR, formado pelas empresas EPR e Perfin Voyager Fundo de Investimento, venceu o leilão do lote 4 das Rodovias Integradas do Paraná, realizado na tarde de ontem (quinta-feira, 23), na sede da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. O evento contou com a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho, e do governador do Paraná, Ratinho Junior, e marcou mais um passo no amplo programa de concessões rodoviárias que promete modernizar e ampliar a malha viária do Estado.

O lote 4, um dos mais extensos e estratégicos do pacote, compreende 627,52 quilômetros de rodovias, cruzando as regiões Oeste, Noroeste e Norte do Paraná, com ligação direta entre Guaíra, na fronteira com o Paraguai, e Nova Londrina, na divisa com São Paulo. O trecho inclui três rodovias federais – BR-272, BR-369 e BR-376 – e oito estaduais: PR-182, PR-272, PR-317, PR-323, PR-444, PR-862, PR-897 e PR-986. Entre os municípios diretamente contemplados pela concessão está Umuarama, importante polo regional do Noroeste paranaense.

A cidade será uma das beneficiadas pelas futuras obras de duplicação e ampliação da PR-323 e da PR-317, dois eixos fundamentais para o escoamento da produção agroindustrial e para o tráfego de cargas e passageiros. Essas rodovias formam um corredor essencial que conecta o Noroeste do estado ao Norte e ao Oeste, e a concessão prevê intervenções estruturais que prometem melhorar a segurança viária e reduzir o tempo de deslocamento na região.

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O investimento total previsto no contrato é de R$ 18,17 bilhões, sendo R$ 10,6 bilhões em obras e o restante destinado à operação e manutenção do sistema rodoviário. Entre as melhorias previstas estão duplicações, construção de faixas adicionais, implantação de contornos urbanos, vias marginais, passarelas de pedestres e pontos de parada e descanso para caminhoneiros. De acordo com o Ministério dos Transportes, a concessão deve beneficiar diretamente 39 cidades e gerar cerca de 156 mil empregos diretos e indiretos ao longo dos 30 anos de vigência do contrato.

Vitória no viva-voz

O leilão do lote 4 contou com a participação de quatro concorrentes. As propostas iniciais foram apresentadas em envelopes fechados, com os seguintes percentuais de desconto sobre a tarifa básica de pedágio: Motiva (antiga CCR), com 9,14%; Mota-Engil, com 6,23%; Consórcio Infraestrutura PR, com 18,52%; e Reune Rodovias Holding, com 21,20%.

Como houve mais de uma proposta, o certame seguiu para a etapa de lances em viva-voz. Nessa fase, apenas as empresas com maiores descontos – Reune Rodovias e Infraestrutura PR – permaneceram na disputa. A EPR, representando o consórcio vencedor, ofereceu um novo lance de 21,30% de desconto, superando a concorrente e garantindo a vitória.

Durante o evento, o ministro Renan Filho destacou que o lote 4 representa um marco importante na retomada dos investimentos em infraestrutura rodoviária no Paraná. “Essas concessões vão melhorar a competitividade do Estado e garantir segurança a quem trafega pelas rodovias. O modelo foi ajustado para garantir tarifas justas e mais obras entregues à população”, afirmou.

O governador Ratinho Junior também comemorou o resultado e ressaltou o impacto positivo nas regiões atendidas. “Este lote é essencial para o desenvolvimento do Noroeste, especialmente para cidades como Umuarama, que estão no coração da malha rodoviária e dependem de estradas seguras e bem estruturadas para crescer”, destacou.

Lotes e próximos passos

O lote 4 é o quarto de uma série de seis concessões que compõem o programa Rodovias Integradas do Paraná, desenvolvido em parceria entre o governo estadual e o governo federal, sob coordenação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O lote 1 foi arrematado pelo Grupo Pátria, o lote 2 também ficou com o Consórcio Infraestrutura, o lote 3 foi conquistado pela CCR, e o lote 6 teve vitória da EPR. O último leilão, referente ao lote 5, está previsto para ocorrer no dia 30 de outubro.

A partir da assinatura do contrato, o consórcio terá prazo de 12 meses para início das obras prioritárias, como duplicações e intervenções de segurança. Já as etapas de ampliação completa e manutenção seguirão um cronograma escalonado, com fiscalização direta da ANTT. Com o avanço desse pacote, o Paraná se consolida como referência nacional em concessões rodoviárias, combinando investimentos privados, redução tarifária e maior segurança nas estradas. Para cidades como Umuarama, a expectativa é de ganhos logísticos, econômicos e sociais, com impactos diretos no turismo, na indústria e no agronegócio.