O médico Romualdo José Ribeiro Gama, presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), faz um pronunciamento para alertar sobre os riscos do cigarro eletrônico – conhecidos como vapes ou pods, na segunda-feira (2), as 14h30, no início da sessão plenária da Alep. Ele vai falar sobre esse hábito, nocivo para a saúde – fator de risco para doenças cardiovasculares e respiratórias, por iniciativa da deputada Márcia Huçulak (PSD), líder do Bloco Parlamentar da Saúde Pública, e do deputado Tercilio Turini (MDB), presidente da Comissão de Saúde Pública.
“O crescimento acentuado do uso dos cigarros eletrônicos coloca em risco anos de evolução no combate ao tabagismo no Brasil, com reflexos importantes em todo o sistema de saúde e na qualidade de vida das pessoas”, diz a deputada Márcia Huçulak. “Vemos a indústria, mais uma vez, usar de artifícios enganosos para emplacar um produto que vem se revelando tão nocivo quanto o cigarro tradicional”, acrescenta. A parlamentar lembra que o uso dos vapers já gerou, inclusive, uma nova e grave doença: a “evali” (uma lesão pulmonar, provavelmente causada pelos solventes e aditivos presentes no produto). Ela destaca ainda que o argumento inicialmente usado pela indústria – de que o vaper ajudaria a deixar o vício no tabagismo tradicional – vem sendo progressivamente derrubado pelas evidências científicas. Ao mesmo tempo, é crescente também o número de males catalogados causado pelo produto.
“Já está comprovado cientificamente como o cigarro eletrônico faz mal à saúde, inclusive mais rapidamente que o cigarro tradicional – que por sinal também é um desastre para o organismo e continua matando”, ressalta o deputado Tercilio Turini, que é médico. “Vemos agora o absurdo de um projeto no Senado, que pretende permitir produção, importação, exportação, comercialização e consumo de cigarros eletrônicos no Brasil, embora já existam leis proibindo, uma delas no Paraná. É um retrocesso, significa abrir as portas para um produto extremamente maléfico e prejudicial à saúde”, frisou. Segundo o parlamentar, “uma proposta como essa só beneficia a indústria tabagista. Temos que pensar nas pessoas, nos custos que os cigarros representam ao sistema de saúde nos atendimentos em hospitais e - principalmente - como os efeitos do tabaco condenam à morte os fumantes”. “Preservar a vida é nosso maior compromisso", alerta Turini. O projeto em tramitação no Senado, criticado por Turini, é o que pretende permitir, com regras, a venda de cigarros eletrônicos no Brasil. O PL está em análise na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), e é de autoria da senadora Soraya Thronicke (Podemos - MS).
Iniciação ao tabagismo
Os DEFs, também conhecidos como cigarros eletrônicos, vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido), estão proibidos no Paraná há mais de 14 anos. De acordo com a Lei Antifumo, está proibido em ambientes de uso coletivo, total ou parcialmente fechados, públicos ou privados, o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, que produza fumaça e o uso de cigarro eletrônico. Entretanto, embora a comercialização seja proibida no estado, e em todo o Brasil, desde 2009, os dispositivos eletrônicos para fumar podem ser encontrados em diversos estabelecimentos comerciais, e o consumo, sobretudo entre os jovens, tem aumentado.
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